TALENTO, VOCAÇÃO, DOM E MINISTÉRIO.
Neste
estudo estaremos analisando o talento, a vocação, os dons e o ministério,
procurando diferenciar um do outro para que tenhamos a capacidade de saber o
que Deus tem para nós em sua obra.
Primeiramente,
devemos saber que independentemente do talento, dom, ou vocação que tenhamos
não significa que não tenhamos que estar disponíveis onde nossas
características não se encaixam, por exemplo, se seu dom é tocar algum
instrumento não significa que não deva se dispor a levar a palavra. Vamos agora
aprender sobre os citados assuntos de maneira que não aprendamos e não mais
confundamos suas características a fim de pô-los em prática da melhor maneira
para nosso Senhor.
TALENTO (Habilidade especial, não adquirida, mas algo que se
desenvolve naturalmente).
Vamos logo de cara diferenciar
talento de dom. Em Mateus 25:14-30 o Senhor faz distinção
entre "habilidade" e "dom". Ele contou a
história de um homem que viajou a um país distante e, antes de partir, deu
talentos aos seus servos, com os quais eles deveriam negociar até que ele
retornasse. Alguns receberam mais, outros menos. Essa é uma clara alusão ao
Senhor dando dons aos Seus, os quais devem exercitá-los para Ele durante a Sua ausência. Vale
ressaltar que talento é algo que Deus concede mesmo aos incrédulos, pois hoje
em dia muito se confunde quando falam de músicos ou atletas famosos que se
converteram e que seus talentos são seus dons. Há algumas dicas para
identificar esses talentos, e na verdade essas dicas nada têm a ver com
técnicas bíblicas, por exemplo: Se a pessoa se destaca na escola ou outro
ambiente, com títulos, medalhas ou prêmios ou se num grupo de amigos recebe
elogios por se destacar em tal coisa. Lembrando, talentos são aqueles que são
desenvolvidos de maneira natural, aquilo que se aprende facilmente, o que não
significa que seja sem esforço, pois até mesmo o esforço pode ser considerado
um talento. Mas só é possível realmente enxergar esses talentos se essa analise
das dicas for feita de maneira justa, sem se exaltar, muito menos se rebaixar,
basta se justo. Sendo assim, da mesma forma que somos capazes de analisar os
talentos que temos, também somos capazes de analisar os que não temos. Sendo assim, veja abaixo um exemplo claro da falta de talento e da incapacidade do cantor perceber-se:
Veja a partir do minuto 00:50 do vídeo
Já
que agora sabemos o que é talento, e como identifica-los, diga o que entende
por talento, anote os talentos que vê em você e nos irmãos presentes,
posteriormente iremos menciona-los.
VOCAÇÃO (Tendência, atitude característica, inclinação, modo de
pensar).
Quanto à vocação, esta é basicamente
uma consequência do talento, pois através dele descobrimos nossa vocação, assim
como o talento, a vocação faz parte tanto da vida de quem serve a Deus quanto
de quem não serve, porém quem serve a Deus não pode negar sua responsabilidade,
se Deus concede a vocação temos a obrigação de dar frutos, caso contrário Ele
nos tira essa vocação (Rm 11:29), para nós que servimos a Deus a vocação nada
mais é que a atividade desenvolvida pelo dom, por exemplo, a vocação de quem
tem talento para cantar poderá ser ser um levita na casa do Senhor, e como a
vocação também pode ser desenvolvida por quem não serve a Deus esse talento
pode também dar à pessoa a vocação de ser um cantor, porém sem utilidade nas
mãos do Senhor, vendo dessa forma, enxergamos muitas pessoas que hoje têm
misturado as coisas, porém não é possível servir a dois senhores (Mt 6:24, Lc
16:13).
A
definição para a vocação é simples, mas não deixa de ser algo importante, pois
está diretamente ligada com os dois próximos assuntos deste estudo, dom e
ministério, ou seja, sem vocação não desenvolveremos os dons de Deus, consequentemente,
um ministério não vocacionado por Ele não dará frutos. Ressaltemos que a
vocação de Deus não é somente um grande peso nas costas, Ele nos promete que se
nos empenharmos em nossa vocação nunca vamos tropeçar, ou seja, é uma maneira
de sermos mais parecidos com Jesus, uma maneira de sermos santos (II Pe 1:10)
.
DONS (Capacidade concedida pelo Espírito aos servos para usar em
favor dos outros; Presente; Oferta).
Antes de tudo
você precisa de 3 requisitos acerca dos dons:
1-
Ser
um cristão genuíno.
2-
Seguir
a Deus da melhor forma possível, ou seja, da maneira dEle.
3-
Ter
ciência que seu dom deve tornar sua igreja um grupo saudável, atrativo e
crescente, demonstrando sempre o amor de Deus.
Os
dons sim, esses são dádivas somente aos que servem a Deus, concedidos através
da graça de Deus (a palavra graça deriva do grego charismata, no singular
charisma, que significa graça) quando temos uma vocação, pois em nós mesmos não
somos merecedores dessas grandiosas dádivas, porém para que essa graça nos
alcance é necessário que o Senhor enxergue em nós total dedicação, o que
explica por exemplo, que pessoas que estão espiritualmente frias ficam
visivelmente na “geladeira de Deus”. A
bíblia afirma que todo crente(genuíno) recebeu pelo menos um dom com a
obrigação de utilizá-lo em favor do todo, não para ser andarilho solitário (I
Pe 4:10) e que a manifestação visa um fim proveitoso (I Co 12:7) sempre visando
o coletivo. Devemos saber que um talento de uma pessoa pode ser moldado por
Deus e transformado em um dom para que seu nome seja exaltado e sua obra seja
feita, mas não necessariamente uma pessoa que possui certo dom o terá como talento.
Antes de usados os dons têm que ser
descobertos e desenvolvidos, e o primeiro passo para descobri-los é conhecê-los,
sua grande maioria estão divididos em três capítulos:
Romanos 12: Profecia (pregação e declaração
inspirada); serviço (ministério); Ensino (comunicação de princípios bíblicos);
Exortação (estímulo à fé e encorajamento); Contribuição (doação e
generosidade); Liderança (autoridade, governo e administração); Misericórdia
(simpatia, consolo e bondade).
I Conríntios 12: Sabedoria
(conselho sábio, palavra sábia); Conhecimento (falar com propriedade); Fé (crer
na intervenção divina); Cura (sarar mágoas e doenças físicas); Milagres
(realização de grandes feitos); Discernimento de espíritos (percepção
espiritual); Línguas (falar em línguas nunca aprendidas); Interpretação de
línguas (tradução compreensiva); Profecia (pregação e declaração inspirada).
Efésios 4: Evangelista (missionário, pregador
da salvação em Cristo); Pastor (ministrar ao povo de Deus); Profecia (pregação
e declaração inspirada).
Assim como os livros que retratam a
vida de Jesus, existem descrições diversas, com algumas semelhantes à outra,
demonstrando a infinidade do poder de Deus sobre nossas vidas, talvez não
estejam descritos na bíblia todos os dons existentes (Há um autor chamado
Christian A. Scwarz que apresenta uma lista com 30 dons), mas certamente são os
que necessitamos saber e buscar receber.
Agora que já
conhecemos os dons, como saber se o temos? Antes de achar que tem um dom leve
em consideração: É necessário nos familiarizarmos com os dons; Deus sabe da
alegria que nosso coração sente em realizar tal coisa, mesmo que não percebamos
e Deus sabe se será eficiente em algo que Lhe seja útil. Sendo assim, se você
julga que possui um dom espiritual e está procurando exercê-lo, mas ninguém em
sua Igreja pensa assim, então o mais provável é que você esteja
enganado. Um dom espiritual precisa ser confirmado. Uma pessoa pode sentir
uma grande felicidade de exercer uma função mas ainda sim ela pode não ter aquele
dom, pode por exemplo ao invés disso ter outro dom que lhe cause essa sensação.
Devido sua complexidade, vamos
tratar um pouco individualmente do dom de profecia, a profecia se diferencia da pregação comum por que a pregação
é fruto do estudo das revelações deixadas para nós através da Bíblia enquanto a
profecia nasce do interior do nosso espírito espontaneamente. Entretanto
ela não é superior a pregação ou ao ensino, ela os completa com o toque da
inspiração, mas é um dos dons mais importantes citados na bíblia, não obstante
é mencionado nos três livros citados, porém, é também o que gera mais conflitos
na igreja, e isto certamente não ocorre por méritos de Deus, o homem é quem
complica tudo, seja por orgulho, falta de sabedoria (Oséas 4:6) ou até por
maldade, e isso pode definir a morte tanto espiritual quanto física da igreja e
seus membros. Por isso não é somente um dom de muito valor, é também um dom de
extrema responsabilidade, e palavra nos demonstra como agir com isso (Dt 13.1-5 / Dt 18.20-22 /Jr 14.14,15; 23.9-16, 21-22, 25-31). Há 3
maneiras de discernir se a profecia e o profeta são reais 1- A mesma profecia será entregue por
mais de um profeta. (Deus usará outros vasos para confirmar). Veja o caso do
apostolo Paulo. ( Atos 20.22,23; 22.17,18). 2- A profecia vai se cumprir. Se
não se cumprir não veio de Deus e a profecia não procede. Dt. 18.22. e 3-
o que é profetizado ou ensinado precisa estar também de acordo com a Palavra de
Deus. Is.8.20.
Outro
dom que vale ressaltar é o de línguas, pois também gera muitos conflitos. Ele
não pode ser confundido com o dom de profecias, e nem o dom de profecias com
ele, pois o dom de profecias é para a edificação da igreja e o de línguas para
a edificação daquele que o tem, mas nada impede que sejam usados em conjuntos,
pois não há limites de quantidades de dons para uma só pessoa, eles são
distribuídos de acordo com a disposição do servo e da graça de Deus. E do
contrário como é tratado hoje em algumas igrejas, fica em último lugar em importância
onde é mencionado na bíblia, como todos os dons é muito importante, mas pode-se
dizer que de todos é o menos importante, pois como foi dito, serve como
auto-edificação.
Portanto
é um grande erro definir o dom de línguas como um padrão de espiritualidade a
ser atingido.
Ministério (cargo; ofício; desempenho de um serviço)
Creio que, após estudar os
anteriores este seja o menos complicado, pois podemos ver que após cumprir
todos os requisitos anteriores, o Senhor nos concede um ministério para dar os
frutos para o crescimento da igreja, e os benefícios são inúmeros e sem
limites, mas isto depende unicamente da nossa disposição, pois a vontade de
Deus é que seus ministérios sempre frutifiquem. Alguns acham que ministério é
basicamente uma função de pastor ou ministro que se assenta no púlpito, porém, considerando que todos
os cristãos autênticos possuem ao menos um dom, todos os cristãos deveriam
estar no "ministério", mas como tudo que Deus põe em nossas mãos, as
responsabilidades são grandes, pois diversas pessoas se tornarão influenciáveis
pelo ministério, inclusive o responsável pelo ministério, ou seja, responsabilidade
de diversas almas em nossas mãos. Para facilitar essa visão, vamos cada um
fazer uma análise desses dois lados da moeda, os riscos e os benefícios.
Conclusão
Agora que já sabemos diferenciar os
itens estudados podemos exercer nossos dons e ministérios certo? Errado! Pois
os dons e o ministério que conquistamos não são como uma moto por exemplo, não
basta colocarmos combustível e fazer ajustes aqui e ali de tempos em tempos,
mas são como uma bicicleta, que para permanecer em movimento precisam também do
nosso constante movimento, se pararmos de ler e estudar a palavra, buscar ao
Senhor da maneira que devemos buscar, significa que teremos parado de pedalar.
Muito bom! Obrigada!
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