PRECEITO X PRECONCEITO

                          A igreja tem sido muito apontada como um grupo de pessoas preconceituosas, principalmente com relação ao homossexualismo. Sem razão? Muitas vezes não, porém o que o manual de vida do cristão ensina que há preceitos a serem seguidos que contradizem o que o “mundo” quer que concordemos, ou seja, esses preceitos podem ser confundidos com preconceitos, não na definição da palavra somente, mas principalmente na maneira de agir, pelos não convertidos e também pelos convertidos. Hoje veremos como preceito e preconceito podem ser confundidos ou mesmo deturpados entre si, talvez nós mesmos façamos isso sem perceber, para evitar isso vamos primeiramente à definição de cada um:

- PRECEITO: Mandamento, ensinamento, comando expresso no artigo de uma lei, comando dado como regra de conduta, etc, ou seja, os preceitos são ensinamentos tidos como muito sérios para quem os segue, provenientes de algum comando ou lei.

- PRECONCEITO: Repúdio acerca de algo ou alguém, tendo como base análises sem fundamentos, sendo preconcebidas sem conhecimento e/ou reflexão; prejulgamento; discriminação, intolerância. Sendo assim, uma pessoa preconceituosa é aquela que sem base ou conhecimento comprobatório sente repúdio por uma pessoa ou por algo, demonstrando atitude odiosa e/ou agressiva.

                Olhando a definição das palavras ficam claras as diferenças, mas e na prática, é fácil diferenciar? Qual seria nossa reação se ao nosso lado na lanchonete se sentar uma pessoa homossexual?

                O cristão deve na verdade deve ser um seguidor de preceitos, os bíblicos, pois através deles temos toda a base necessária para nos tornar uma pessoa amável, educada e respeitosa, ou seja, é também uma vacina para a doença do preconceito, que é uma arma para nos impedir de realizar a ordem que Jesus nos deixou (Mc 16:15).

                Os preceitos, ou ensinamentos cristãos são provenientes da bíblia, ou seja, sem a bíblia o cristão é vazio, pois ela é um conjunto de informações desde históricas até conselhos conjugais, tem todo tipo de informação, resumindo, é um manual, e capítulo principal deste manual é o que demonstra a maior prova de amor, a de Jesus pela humanidade, ainda que bíblia fosse composta apenas pelos livros que relatam a vida de Cristo seria um excelente manual de vida, isso porque Ele sempre colocou o amor ao próximo em primeiro lugar, e mesmo naquela época já havia os preconceitos, como o exemplo da samaritana (Jo 4:9), Jesus ultrapassou dois preconceitos da época, o do fato de ela ser mulher e estar sendo servida por um homem, e de estar sendo servida por um judeu, que na época viam os samaritanos como inferiores, se imagine na época e na situação, faria e diria o mesmo que Ele?

                Infelizmente, mesmo dentro das igrejas existe algumas formas de preconceito, se olharmos os grupos de pessoas e o afastamento destes entre si fica mais claro, vemos aquele grupo de jovens que se acham mais bonitos e se afastam dos tidos como feios que ficam às vezes isolados; vemos o grupo dos que se acham mais santos e se isolam dos que não falam em línguas estranhas apontando-os como necessitados de mais busca que eles; vemos o grupo dos que tem boa condição financeira deixando de lado os mais necessitados; vemos os grupos dos músicos que são os artistas das igrejas e são muito ocupados para chegar mais cedo ou para ficar para a mensagem; e temos aqueles que ficam só julgando as pessoas por achar que todos fazem parte de um grupo, pela aparência ou por algo que presuma isso. Se isso ocorre dentro do lugar santo, imagine então como vemos e tratamos as pessoas do “mundo”.

                Qual a melhor forma de fazer com que alguém se interesse por você? O básico é ser agradável, falar das qualidades, falar como você é, o que tem de bom pra oferecer, por ai vai. E como fazemos para fazer com que alguém se interesse pelo reino de Deus? Criticando a maneira de falar, agir, pensar, vestir? Ou dando tratando bem, mostrando as qualidades de um servo de Deus e as maravilhas do que é servi-lo? Temos que “cantar” as pessoas para Deus.

                A forma correta de um servo de Deus de tratar todas as pessoas é com amor, seja ela do candomblé, ateu, homossexual, ou qualquer que seja sua escolha, e esse amor não é aquele que sai da boca para a fora através do “eu te amo”, mas assim como foi estudado numa lição anterior, o amor não é um sentimento, é uma reunião de atitudes que demonstram que se importa com o próximo independente da situação e do momento, e é isso que a palavra nos ensina (Mt 5:44).

HOMOSSEXUAIS:

                Quanto ao ser errado ou correto a homossexualidade serei breve pois a bíblia é mais que clara que a água pura quanto à essa prática em I Co 6:9, se uma pessoa por uma prática se faz desmerecedora de herdar os céus é evidente que tal prática não é correta. A forma mais comum e atual de preconceito é contra os homossexuais e afins através da famosa homofobia (A Constituição Federal brasileira não cita a homofobia diretamente como um crime. Todavia, define como “objetivo fundamental da República” (art. 3º, IV) o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação”.  É essencial ter consciência de que a homofobia está inclusa no item “outras formas de discriminação” sendo considerada crime de ódio e passível de punição), muitos ditos cristãos cometem sim esse crime, pois deturpam a palavra de Deus e deixam o ódio aflorar em seus corações, tratando o homossexual como alguém a ser combatido, e não conquistado, e esses devem receber nas conformidades da lei a punição adequada, e também não receberão o reino de Deus, pois o mesmo versículo que condena os homossexuais condena os maldizentes, porém o amor ao próximo não deve ser confundido com concordar com o que o próximo faz, e são nossos preceitos bíblicos que nos ensinam isso, ou seja, discordar do comportamento do outro não é odiar o outro, e discordar não é homofobia, devemos sim tratar e amar da forma como mencionamos acima, mas não somos obrigados a achar normal uma prática que vai de encontro à nossos preceitos (Rm 1:20-32), assim como não devemos obrigar alguém que baseia toda a vida na ciência a achar que Deus existe, não devemos ser obrigados a engolir que isso é correto e normal, pois para nós o que a palavra de Deus nos diz é mais concreto que qualquer livro de ciência. De outra forma, devemos saber como lidar com a “heterofobia”, ou seja, o mundo se tornou não avesso, que hoje quem acha que a única forma de construir uma família é com um homem e uma mulher, é quem sofre preconceito, violência verbal, visual e até física, e como lidar com tudo isso? Só estando firmado em Deus para adquirir muito autocontrole e fé de que nossas atitudes de paciência e postura exemplares são uma pregação maior que qualquer panfleto.

Conclusão

                A prática do homossexualismo é sim pecado, e com certeza que pratica tal ato não herdará o reino de Deus, mas devemos nos atentar aos pecados que nós cometemos a todos os grupos que muito são apedrejados, devemos ser a mão que socorre e não a que empurra, afinal da mesma forma que quem pratica a homossexualidade não terá os céus, os que transformam a bíblia num combustível de ódio contra estes e qualquer um também ficará de fora (Ap 22:15), pois deturpar a palavra é mentir com relação ao real propósito do que Deus quer para nós através dela, Jesus odeia o pecado mas ama o pecador, e assim devemos ser, deixando de discriminá-los e mostrando a capacidade da vida com Cristo e a realidade e condições para a salvação.